Quando eu passava ao seu lado e fingia que não te via. Eu sei que pode ter sido idiota da minha parte. Mas foi bem assim: eu ajeiteitava meus cabelos, erguia o queixo e ia andando até que eu passei ao seu lado. Não bastou eu sentir seu olhar pesando contra mim, eu tive que sentir seu perfume me invadir rapidamente. Mas eu seguia e quase tive que segurar meus lábios com as mãos para que estes não se curvassem em um sorriso.
Passava, andava, aspirava fundo e continuava pelo corredor que naquele momento parecia gigante demais para mim. Juro que comecei a contar os segundos e depois de exatamente 13 segundos, eu senti que você estava correndo para me alcançar. Mas, eu não me virei até você gritar: “Ei!” que é tudo que você dizia quando queria (e conseguia) chamar minha atenção.
Meu coração disparou e você parou ao meu lado. Foi então que eu me virei de frente para você enquanto você me encarava apreensivo com uma das sobrancelhas levantadas. Você colocou uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha e então me perguntou se eu não havia te visto lá atrás, me olhando. Eu balancei a cabeça negativamente e você me puxou para um abraço capaz de espantar todos os monstros e medos que me rodeavam.
O mundo parou e eu já havia achado as respostas para as minhas perguntas: Sim, você se importava e havia corrido atrás de mim porque quis. Pensar aquilo me bastava enquanto o mundo girava quase parando e as pessoas se moviam em câmera lenta. Naquele momento, em que minha cabeça estava afundada sem seu peito e tudo estava se movendo lentamente, as únicas coisas que estavam em ritmo frenético eram nossos corações.
Nenhum comentário:
Postar um comentário